Em nossas duas ultimas edições, narramos sobre a história dos bondes e o seu tempo de permanência na cidade, desde a sua inauguração, trajetória, instalação na Praça Central e depois abrindo para o bairro da Vila Rezende, com o seu ponto final, ao antigo posto da véia (Posto de Combustível 1º de Agosto).
Mas ainda não por satisfeito, a empresa Light, queria conquistar mais territórios, e isto resultou na construção da sua terceira e ultima linha, com o objetivo de servir ao publico que se dirigiam para a recém criada Estação de Trem da Paulista, localizada no bairro de mesmo nome.
Porém, antes da criação da Estação da Paulista, já passava por aqui um ramal de linha férrea da empresa Sorocabana, construído pela Cia. Ituana e que cobria a cidade desde 1873, partindo da estação de Itaici, da Ituana, entre Jundiaí e Itu.
Mas em 1892, houve a fusão entre a Sorocabana e a Ytuana, nascendo então a "CUSY" e assim uma simples estação foi erguida e inaugurada com dois dias de festas, em 20 e 21/02/1877, chamada "Estação da Sorocabana", na região do bairro alto e depois ampliada através de um projeto arquitetônico criado pelos engenheiros negros irmãos Rebolças e que na qual continua em pé até os dias de hoje, ao lado da entrada do Terminal Urbano,
Mesmo a empresa Sorocabana em pleno "trilhamento" por aqui, alguns anos depois, foi criado o prédio oficial da Estação da Paulista e inaugurada, no ano de 1922; assim, a empresa de bonde aproveitou a oportunidade e a brecha aberta pela mídia deste evento histórico, para também inaugurar oficialmente e com muito sucesso a sua terceira linha direcionada ao bairro Paulista, ou seja, no dia 30 de Julho do corrente ano, mesmo com o trilhos férreos instalado estrategicamente, a alguns meses antes do grande evento.
O itinerário da nova linha do bonde do bairro Paulista, saia do Centro da cidade, subindo a Rua Boa Morte até a Estação da Paulista e depois virava para a esquerda, percorrendo um trecho da Av. Dr. Paulo de Moraes, onde a Empresa havia transferido sua garagem a alguns meses antes da utilização do novo percurso, sendo que o itinerário entre a igreja Catedral até a Paulista, tinha duração mínima de 7 minutos, (isto quando alguns "alunos peraltas da época" e hoje são avôs, quando criança passavam sabão nos trilhos, só pra ver os monitoristas sofrerem com o bonde nas subidas), e a sua velocidade alcançava em média, cerca de 50Km por hora.
Assim, se fizermos uso da nossa imaginação, e tele transportando esta época passada para o nosso presente (Mundo Marvel), e com isso pegássemos o bonde no bairro da Vila Rezende, em qualquer ponto da comunidade, com destino a Estação da Paulista, passaríamos pela Ponte do Mirante, com seus 185 metros de comprimento, sendo ela a primeira do Brasil feita em concreto armado, idealizada e construída também pelos dois engenheiros negros, que se tornaram pela suas genialidades, grandes amigos pessoais de D. Pedro I (Os irmãos Rebouças); isto, em plena época de Escravidão que ainda havia em nossa cidade, por relutância de alguns Burgueses da época.
Mas isto é uma outra história...
Continuando o nosso "Tour imaginário", após a passagem da ponte, entraríamos a direita, no inicio da Rua do Rosário, então iriamos ver durante a viagem alguns dos edifícios atuais e já extintos como: O prédio da Escola Industrial, o fundo do Grupo Escolar Moraes Barros, a ACIPI e a Igreja de São Benedito e após algumas curvas, chegaríamos a Rua Boa Morte, tendo como vista a Matriz de Santo Antônio, local do terminal central dos bondes.
Ao darmos seguimento rumo ao bairro Paulista, seguindo pela Rua Boa Morte, teríamos como paisagens no itinerário atual, o Colégio Metodista; a ex sede da extinta Guarda Mirim o Mika presente, a Igreja Dom Bosco e o Colégio Assumpção no inicio da subida e finalmente, a Estação da Paulista, que era uma das maravilhas da época.
Houve também a intenção em se criar uma quarta linha que seguisse na região do piracicamirim, local onde os bairros em formação ainda estavam em sinais de desenvolvimento, mas a ideia foi "atropelada" pelo crescimento do transporte urbano, tanto aqui quanto na capital São Paulo. e que ocorria ali algo semelhante.
Mas isto também já é uma outra historia....
Texto: Maestro Cidão (José Santos) Mtb007.4724/SP / Fonte pesquisa: (Leandro Guerrini: Historia de Piracicaba em quadrinhos, 1970 / fotoeahistoria /estacoesferroviarias / Foto: acervo prudente de Moraes
Postar um comentário
O seu comentário é muito precioso para nós!