Os dialetos e superstições, principalmente os chamados "Caipiras" ( pelo fato de morarem nas antigas fazendas e sítios da redondeza), ganharam força diante da luz de velas, lamparinas, roda de fogueiras, festas juninas, e conversa com os mais experientes que contavam causo de arrepiar e também de largas gargalhadas.
Nesta época, imperavam grandes cantadores de cururu, como Pedro Chiquito, Parafuso, Nhô Serra Nenê do Cururu e muitos outros improvisadores de primeira linha de várias cidades da nossa região e que hoje deixariam muitos rapper no chinelo, tamanha era sua velocidade de raciocínio logico e rimas.
Esta passagem cultural se iniciou em meados do século XVII, quando o Rio Piracicaba era utilizado como rota fluvial de acesso ao Mato Grosso e Paraná e cidades como Piracicaba, foi umas da que fora fundada desta forma, e no anos a seguir, (XIX e XX), o rio continuou por um certo período a ser utilizado como rota de navegação de pequenos vapores e como fonte de abastecimento para engenhos e fazendas de cana-de-açúcar e café.
E foi neste cenário que os dialetos, superstições caipiras e célebres cururueiros nasceram e ganharam destaque em nossa região, denominada também de mèdio Tietê, que reuniam cidades fundadas próximos ao rio Tietê, sendo elas, por ordem alfabética: Alambari, Alumínio, Anhembi, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Bofete, Boituva, Botucatu, Cabreúva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Conchas, Ibiúna, Iperó, Itu, Jumirim, Laranjal Paulista, Mairinque, Pereiras, Piedade, Porangaba, Porto Feliz, Quadra, Salto, Salto de Pirapora, São Manuel, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tatuí, Tietê, Torre de Pedra, Vargem Grande Paulista, Votorantim, no total de 30 cidades.
Entre os verbetes como abafá, porva, reiná, reiva, posá, lavá a égua, lembrá de cabeça, malemá, migué, dor na escadera, um pé lá otro aqui, tedéo, filão, dois par de vaso, rua de duas mão, pau de virá tripa, dá coa mão, morte morrida, tirá paia, porca miséria e banho de gato, e muitos bem empregados e revividos com grande maestria pelo livro "Arco,Tarco e Verva", trouxemos a tona, também, um resumo das supertições e dialetos contada e passada de pai para filho. Eis alguns:
Na "vorta" a gente compra - (deixar de comprar), Desvire o chinelo - (para a mãe não morrer), Pão virado para baixo -( atrai pobreza), Não andar para trás - ( para não morrer a mãe), "Comê" na frente do espelho - ( entortava a boca ou fica com a cara torta), Pode entrar que não vai apanhar - (surra na certa!) "Comê" na panela - (chove no dia do casamento), "Tomá" água na concha - (vai casar com careca), - Se engolir as sementes da laranja, vai nascer arvore na barriga - Se engolir chicletes nasce bicho na barriga, "Colocá" ovo no tronco - (faz parar de chover),"Tesôra" no chão -( morre o pai),Gestante não podia passar debaixo da cerca para ter um bom parto -(acreditava-se que o cordão enrolava), Engasgou com espinha de peixe - ("comê" farinha seca ou pão que passa) "Vassôra atrais" da porta - (para a visita ir embora).
Texto: José Santos (Maestro Cidão) Mtb: 007.4724 / SP Fonte: Wikipédia,
sigrh.sp.gov.br, arco, tarco, verva Foto: Montagem" Vassoura atrás da porta"
Excelente. Muito bom
ResponderExcluirPostar um comentário
O seu comentário é muito precioso para nós!