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BAIRRO BONGUE E A ASSUSTADORA HISTÓRIA DA INHALA SECA!




O Bongue é um bairro próspero e situado ao lado direito do bairro Jupiá; mas a história conta que ali  já foi alvo de alguns  políticos com a ideia de descaracterizar o Bongue, tentando até mesmo mudar a estrada do Bongue para nome de empreiteiros. 

Isto, é claro seria um brutal crime contra o patrimônio cultural de Piracicaba, pois o Bongue é, desde a sua própria palavra, revestido de mistérios e lendas.

A própria palavra “bongue” não está, ainda, explicitada, podendo ser originária de“ponga”, “pongá”, “bonjy”, “bongá” coisa que ressoa, ruído confuso, de som metálico, como o da araponga.

 Diziam também que ali era refúgio de escravos e de índios foragidos com seus gritos assustadores e é aqui que começa a nossa histórica lenda que tremeu os nossos pais, avós e toda a comunidade da época.

Os antigos moradores diziam que naquele local, viveu e existiu a Inhala Seca, uma das lendas que assombrou Piracicaba. Era ali que ela viria a atormentar as almas inquietas.

Fala-se da Inhala Seca desde os tempos dos escravos, figura fantasmagórica que dominava a região do Bongue e do Morro do Enxofre.

A descrição dela foi feita, em 1900, pelo negro Tio Chico, no “Almanak” daquele ano. Tinha o corpo coberto de mato no lugar de roupa, cabelos soltos e embaraçados e as unhas, de tão grandes, pareciam unhas de tamanduá, compridas e arcadas como os ganchos, e atirava pedras em quem se aproximava do local.

Uma das  biografias que a lenda traz, é que Inhala Seca tinha sido uma mulher nascida em Piracicaba e que morrera tuberculosa, tendo sido enterrada no “cemitério velho” (no largo do Grupo Moraes Barros). Passados uns anos, os coveiros começaram a fazer uma outra sepultura no lugar onde ela fora enterrada e encontraram o corpo da Inhala Seca sem qualquer alteração, “inteirinho, sem faltar nem um fio de cabelo”. 

E concluíram: “A terra não quis comer”. Os coveiros voltaram a cobrir a sepultura, apavorados. E, cinco anos depois, abrindo o túmulo novamente, encontraram a mulher no mesmo estado, o corpo todo conservado.

Entre  a população da época, correu a lenda de que a mulher era uma santa e, então, foi-lhe feita uma capela no cemitério onde deixaram o corpo. e com isso, começou até a haver romaria, e a morta passou a ser tida como milagrosa. Mas, um belo dia, a "santa" sumiu!

Passaram-se os anos, muitos e muitos anos, e quase já não se falava mais nela, quando um certo morador, Joaquim Tristão, passando pela estrada velha do Pau Queimado, viu a Inhala Seca na barroca do Morro do Enxofre e toda seca e enrugada, a mulher implorou que Joaquim a levasse, na garupa do cavalo, até Bom Jesus de Pirapora, para cumprir promessa. Mas Joaquim se negou, amedrontado.

 A figura fantasmagórica prometeu-lhe um grande tesouro, mas, mesmo assim, Joaquim Tristão não aceitou e saiu correndo. A partir dessa narrativa, outras pessoas começaram a procurar a Inhala Seca, querendo o tesouro, mas eram espantados por ela ao se aproximarem da barroca.

Outra versão da lenda diz que a Inhala Seca foi uma dama piracicabana muito rica  que, ficando tuberculosa por desgosto amoroso, se refugiou na mata e lá se escondeu. Com o tempo, enlouqueceu de solidão.

O fato é que, por quase todo o Século XX, a região do Morro do Enxofre e do Bongue foi evitada pelos piracicabanos, com medo do fantasma da Inhala Seca, especialmente à noite.

O historiador  e escritor piracicabano  Cecílio Elias neto, criou um excelente  jornal "A Província", que no qual contém esta e muitas outras impactantes histórias, que no qual, vale apena conhecer.


Veja abaixo em vídeo, a ilustração da história em filme:




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