Assim como o bonde foi motivo de espanto a muitos da época, hoje é motivo de curiosidades, através de fotos, reflexão temporal e imaginação e muitos ainda torcem o nariz, quando se diz que na Vila Rezende realmente existiu e trafegou um "Tróço" desses, (linguagem caipiracicabano que significa algo ilógico e que não se explica); e que na verdade foi a coqueluche da época, tendo uma linha que partia do centro da cidade, ao lado da igreja catedral, passando por sobre a ponte do Mirante e terminando ao lado do Posto Primeiro de Agosto, conhecido popularmente como "Posto da Véia".
Antes, porém, havia uma prova viva de um bonde em exposição no Parque do Mirante, entre a secretaria de cultura e o teatro Erotides de Campos e embora desprovido de restauro e proteção contra a ação do tempo e talvez tombado como um patrimônio histórico da cidade, ele não se encontra mais no local e muito menos no Museu Prudente de Morais; apenas por fotos.
Em nossa primeira história sobre a chegada dos bondes na cidade, relatamos sobre os bondes que serviam a região da Esalq e a da Pauliceia, próximo a estação de trem, (ver a matéria aqui).
Vimos que Luiz de Queiroz, um dos fundadores da Esalq, construiu uma mini usina elétrica na Rua do Porto, próximo ao rio Piracicaba e com isso foi possível instalar o primeiro bonde na cidade, que no qual só aconteceu em 30 de outubro de 1915.
Porém, após a criação da primeira via que seguia para a Esalq, foi necessária a criação de uma segunda linha, que atravessaria o rio, sobre a ponte Irmãos Rebouças (Ponte do Mirante), até a Vila Rezende, sendo que ela levou um intervalo de sete anos, para ser construída, isto só em 1921.
Seu percurso percorria da seguinte forma: Saia da Catedral Santo Antônio e seguia pela Rua Boa Morte virando a esquerda e descendo mais um quarteirão no sentido da Rua do Porto, virando em seguida para a direita, na Rua Alferes por mais um quarteirão.
Em seguida o bonde virava novamente à esquerda, por mais um quarteirão, descendo pela Rua Prudente até virar à direita e tomar à Rua do Rosário, percorrendo até a Rua da Ponte. Depois de atravessá-la, o bonde virava para a direita e ia até o fim da Avenida Rui Barbosa, onde se localizava o seu ponto final.
Nesta época a ocupação territorial da Vila Rezende até a década de 1940 era muito pequena, e os imóveis se restringiam apenas a uma estreita faixa entre a Avenida Dona Francisca e a Rui Barbosa, por onde trafegava o bonde.
Mas um pouco abaixo, entre a avenida Rui Barbosa e o rio, corria os trilhos de trem da Sorocabana-Ituana, e todas as áreas desocupadas ao fundo pertenciam ao Barão de Rezende, e só alguns anos mais tarde, os espaços começaram a serem ampliados.
Mas isto é uma outra história....
Redação Maestro Cidão (José Santos) Mtb 007.4724/SP Fonte: Provincia/IHGP / G1 / Foto ilustrativa: EartW.Clark
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