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A Voz dos Bairros de Piracicaba

BONDE NO BAIRRO VILA REZENDE! FATO OU FAKE!


Devido a expressiva evolução tecnológica nas últimas décadas, as gerações atuais nascem com novas e múltiplas facilidades em mãos, como barbeadores de ultima geração em vez de uma simples navalha ou serviço completo, conhecido no dialeto caipiracicabano como "Arco, Tarco e Verva" ; celular digital em vez de  telefones discados, chips no lugar  de fichas telefônicas e até  ônibus urbanos com ponto de embarque a poucos metros de distancia e cobrindo vários bairros da cidade, e que veio a substituir os antigos bondes com bancos de madeira, que para se auto locomoverem, dependiam unicamente de uma linha férrea fixada no solo a palavra "Bonde", só existe no Brasil e nasceu de "bond" (vinculo)  como os administradores da empresa canadense Light & Power Paulista, chamavam os bilhetes do sistema de transporte.

Assim como o bonde foi motivo de espanto a muitos da época, hoje é motivo de curiosidades, através de fotos, reflexão temporal e imaginação e muitos ainda  torcem o nariz, quando se diz que na Vila Rezende realmente existiu e trafegou um "Tróço" desses, (linguagem caipiracicabano que significa algo ilógico e que não se explica); e que na verdade foi a coqueluche da época, tendo  uma linha que partia do centro da cidade, ao lado da igreja catedral, passando por sobre a ponte do Mirante e terminando ao lado do Posto Primeiro de Agosto, conhecido popularmente como "Posto da Véia".

Antes, porém,  havia uma prova viva de um bonde em exposição no Parque do Mirante, entre a secretaria de cultura e o teatro Erotides de Campos e  embora desprovido de restauro e proteção contra a ação do tempo e talvez  tombado como um  patrimônio histórico da cidade, ele não se encontra mais no local e muito menos no Museu Prudente de Morais; apenas por fotos.

Em nossa primeira história sobre a chegada dos bondes na cidade, relatamos sobre os bondes que serviam a região da Esalq e a da Pauliceia, próximo a estação de trem, (ver a matéria aqui).

Vimos  que  Luiz de Queiroz, um dos fundadores da Esalq, construiu uma mini usina elétrica na Rua do Porto, próximo ao rio Piracicaba e com isso foi possível instalar  o primeiro bonde na cidade, que no qual só aconteceu em 30 de outubro de 1915.

Porém, após a criação da primeira via que seguia para a Esalq, foi necessária a criação de uma  segunda linha, que atravessaria o rio, sobre a  ponte Irmãos Rebouças (Ponte do Mirante), até a Vila Rezende, sendo que ela levou um intervalo de sete anos, para ser construída, isto só em 1921.

Seu percurso percorria da seguinte forma: Saia da Catedral Santo Antônio e seguia  pela Rua Boa Morte virando a esquerda e descendo mais um quarteirão no sentido da Rua do Porto, virando em seguida para a direita, na Rua Alferes por mais um quarteirão. 

Em seguida o bonde virava novamente à esquerda, por mais um quarteirão, descendo pela Rua Prudente até virar à direita e tomar à Rua do Rosário, percorrendo  até a Rua da Ponte. Depois de atravessá-la, o bonde virava para a direita e ia até o fim da Avenida Rui Barbosa, onde se localizava o seu ponto final.

Nesta época a ocupação territorial da Vila Rezende até a década de 1940 era muito pequena, e os imóveis se restringiam apenas a uma estreita faixa entre a Avenida Dona Francisca e a  Rui Barbosa, por onde trafegava o bonde.

Mas um pouco abaixo, entre a avenida Rui Barbosa e o rio, corria os trilhos de trem da Sorocabana-Ituana, e todas as áreas desocupadas ao fundo pertenciam ao Barão de Rezende, e só alguns anos mais tarde, os espaços começaram a serem ampliados.

Mas isto é uma outra história....

Redação Maestro Cidão (José Santos) Mtb 007.4724/SP   Fonte: Provincia/IHGP / G1 / Foto ilustrativa: EartW.Clark



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