No último dia 7 de julho, uma cena chocante se desenrolou no Rio Piracicaba: milhares de peixes mortos boiando à superfície, em um trecho urbano do rio. A imagem, que rapidamente viralizou nas redes sociais, gerou comoção e preocupação na população local. As margens do rio ficaram tomadas por animais sem vida, um triste lembrete dos impactos devastadores da poluição ambiental.
Investigações revelam a causa da tragédia:
A Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) identificou o culpado pela mortandade em massa: o despejo irregular de poluentes no Ribeirão Tijuco Preto, afluente do Piracicaba, por uma usina de Rio das Pedras. Segundo o órgão, a descarga irregular já foi interrompida, mas os danos já estavam feitos.
Os resíduos poluentes seguiram o curso do rio, chegando ao Tanquã, um minipantanal localizado na região, causando ainda mais mortandade. A partir de segunda-feira (15) e terça-feira (16), a cena se repetiu no Tanquã, com milhares de peixes mortos cobrindo as margens do local.
A magnitude da tragédia:
Embora seja impossível precisar o número exato de animais mortos, a força-tarefa criada para a limpeza do Rio Piracicaba após a descarga irregular de poluente recolheu impressionantes 2,97 toneladas de peixes mortos. Essa quantia representa apenas a mortandade registrada na zona urbana, o que significa que o número total de animais vítimas da poluição pode ser ainda maior.
Reunião para traçar um plano de ação:
Cientes da gravidade da situação, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente (Simap) agendou uma reunião para esta quarta-feira (17) com órgãos e instituições que integraram a força-tarefa de limpeza do Rio Piracicaba. O objetivo é elaborar um plano de ação abrangente, com medidas para analisar a situação, remover os resíduos encontrados no Tanquã e prevenir novas tragédias.
Tanquã: um novo capítulo na crise ambiental:
Inicialmente, acreditava-se que os peixes mortos no Tanquã fossem os mesmos encontrados no Rio Piracicaba. No entanto, a Cetesb, após realizar novas inspeções e medições de oxigênio, constatou que os resíduos despejados de forma irregular na última semana só alcançaram o Tanquã nos últimos dias, causando a segunda mortandade.
Um futuro incerto para o Rio Piracicaba:
A recuperação da população de peixes no Rio Piracicaba após a mortandade registrada nos últimos dias pode levar até nove anos para acontecer, o que equivale a três gerações de animais. Essa estimativa, feita pelo analista ambiental Antonio Fernando Bruni Lucas, demonstra a gravidade da situação e os impactos duradouros que a poluição pode causar nos ecossistemas.
A tragédia do Rio Piracicaba serve como um alerta urgente para a necessidade de medidas mais rigorosas de proteção ambiental. É fundamental que as autoridades competentes tomem medidas efetivas para punir os responsáveis pelo crime ambiental e coibir novas descargas poluentes. Além disso, é crucial investir em ações de educação ambiental para conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental.
Juntos, podemos construir um futuro mais sustentável para o Rio Piracicaba e para todos os seres vivos que dependem dele.
Leis de proteção à fauna:
É importante lembrar que a Lei de Proteção à Fauna Silvestre (Lei nº 5.197/1967) proíbe a caça, pesca, captura, transporte, venda e exposição de animais silvestres sem autorização do órgão ambiental competente. Além disso, a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) tipifica como crime ambiental a prática de qualquer ato que cause prejuízo à fauna silvestre.
Denuncie crimes ambientais:
Se você presenciar qualquer crime ambiental, como o despejo de poluentes em rios ou a caça ilegal de animais silvestres, denuncie! Você pode fazer a denúncia à Cetesb pelo telefone 0800-111-5555 ou pelo site https://cetesb.sp.gov.br/.
Ajude a proteger o Rio Piracicaba e a nossa fauna silvestre!
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