A Vila África existe desde o início da década de 40, e o local era rodeada por uma imensa chácara, onde o seu acesso se dava apenas por charretes.
Durante o seu desenvolvimento, a Vila foi se tornando em uma das mais notáveis comunidade negra de cidade, pois eram filhos e netos de ex- escravos piracicabanos e muitos, que ali migraram, moravam na área central da cidade e trabalhavam nos Engenhos de Açúcar, mas as dificuldades daquela época, os forçaram a se deslocar para um local longe e ruralista, e isto fez com que um determinado grupo se migrasse em direção ao final do bairro da Vila Independência, as margens do Ribeirão do Piracicamirim, onde ainda se podia pescar e nadar.
Passado alguns anos, ali foram surgindo novos talentos em vários segmentos, principalmente quando o assunto era de foco cultural ou esportivo e assim, muitos fatos históricos alegres e também tristes marcaram aquele lugar e enquanto a comunidade trabalhava duro, a maioria dos jovens estudavam na Escola Estadual Jaçanã Altair Pereira Guerrini a poucas quadras do local, sendo a Frei Luiz Santana a principal rua da Vila África.
Para saber mais sobre a Vila África, o jornalista e historiador Noedi Monteiro criou um acervo com muitos fatos históricos, riquezas e precisão de datas.
Porém, na Vila, o setor esportivo era o que mais batia forte no coração da comunidade, e próximo ao Ribeirão Piracicamirim,( onde hoje se encontra a concessionaria Vecol ), quando ainda não havia ruas e avenida, tinha ali, um campo de futebol da comunidade, e um time quase que imbatível, com jogadas e dribles desconcertantes que os jogadores habilidosos realizavam sem ter compaixão, em cima de seus adversários e levavam os torneios tão a sério, que as vezes os jogos terminavam em um grande "arranca rabo".
União da Vila independência. Este era o nome do time que era orgulho do bairro e um dos mais temidos da cidade, com suas cores vermelho e branco, sendo que a história popular conta que, o time era o que mais tinha torcedores femininos e em sua grande massa.
Aliás, será que era este o segredo do time em ter sido na época quase imbatível?, isto, só elas poderão responder, porém, a história conta que o time chegou a ser coordenado por mulheres, talvez, as pioneiras da época na região dentro do mundo futebolístico masculino; eram a Dona Lourdes e Dona Cidinha e coordenados por alguns moradores da Vila como, Alacir, Fiola, Zezinho, Zuza, Dedéu, Dito Rosa e outros que caso os leitores recordarem, comentem aqui e acrescentarei nesta mesma história.
Muitos moradores ficaram eternizadas na história do bairro e foram protagonistas de muitos fatos, alguns até assustadores para a época. Existiam alguns lugares de encontro após o trabalho como o bar do Mário e outros, e figuras como Zé Peu, Brinquinho, Dona Vicência ,Zé Mil, Cocão e outros.
Na área da música e da cultura, a comunidade levantava o povo e o nome do bairro nas passarela de samba durante o carnaval, surgindo grupos pioneiros de samba e pagode como o Samba Tropical, Nova Estação, Kizomba e a cada temporada novos talentos desta modalidade surgiam e de novos segmentos como o Rap. Quem não se lembra do grupo Roleta Russa?
Para finalizarmos esta segunda parte histórica, não podíamos encerrar , sem antes recordarmos das brincadeiras dançantes que eram realizados nos abrigos ou terraço das casas, cantando e curtindo os lançamentos Black nacionais e internacionais como James Brown, Jackson Five, Diana Ross, Tina Charles, Tim Maia, Earth, Wind & Fire e tudo isso somando com as criações coreográficas de fácil aprendizado, que alguém puxava no meio da multidão, ou com "Passinho Marcado", que a moçada ensaiava e detonava nas baladas, sempre com o cabelo estilo Black Power, arrancando suspiros, risos e aplausos, (isto, quando não enroscava a agulha do som ou o gravador "comia" a fita cassete).
Em resumo, podemos concluir que o bairro da Vila Independência teve uma nas mais tradicionais e marcante comunidade Afro-brasileira da região.
Esta são alguma pioneiras famílias que ali chegaram, outros, tempos depois e haviam também os que moravam ao derredor da comunidade. São elas: Os Ferrari, Matias, Santos, Veríssimo, Garcia, Scalise, Miller, Silva, Campos, Pires, Rocha, Debei, Sabino, Filardi, Blélia, Arruda, Fernandes Toledo, Rissatto, Amaro, Patrício, Godoy, Góes ,Galvão, Ferreira, Helene, Pereira ...
(Caso o nome de sua família não esteja aqui ou você tenha alguma história do bairro ou da comunidade que na qual deva ser eternizada para o enriquecimento da Vila África ou Vila Independência, é só compartilhar conosco, ou enviar para mim, redator publicitário e jornalista José Santos (Maestro Cidão) - Email: josesantos.cidao@hotmail.com
Texto: José Santos (Maestro Cidão) MTb 007.4724 / Foto: Parte da rua Frei Luiz Santana
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