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Jornal A Voz dos Bairros de Piracicaba

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A DESCOBERTA DA ROCHA MILENAR QUE SUSTENTA A PONTE DO MIRANTE!

 


O Rio Piracicaba era mais imponente do que hoje, e  as autoridades da época tentaram construir, sem muito êxito, uma ponte sobre o rio, mas a força  das águas em tempo de enchentes, levava tudo rio abaixo, sem dó nem piedade. Era frustrante!


Para resolver esta questão, Dom Pedro II, Imperador do Brasil na época,  enviou em meados de setembro de 1878,  dois amigos  pessoais,  que também eram irmãos entre si e que na bagagem traziam consigo, um brilhante e arrojado projeto, aprovado pelo Império, que visava  tornar o local em um futuro canal de escoamento de produtos agrícolas do interior do Estado de São Paulo, com a construção de uma ponte sobre o rio e uma estrada de ferro, com capacidade de suportar até  oito locomotivas alemãs.


Esta história aconteceu na década de 80 do século XIX e havia na cidade cerca de 8.000 moradores e  o titulo nada plausível, em ser a  terceira cidade escravocrata do País, com cerca de 5.400 escravos, tendo Campinas na liderança com 14.000 e Bananal com 6.000 na vice liderança.  


Foi neste cenário hostil,  que estes visionários engenheiros  negros , os irmãos Rebouças,  por ordem do Império e dos interesses ferroviários, vieram para resolver o problema da futura Ponte do Mirante, e a tornar  em uma via próspera.


A saga histórica não diz e talvez a  omite, mas me permitam imaginar o espanto  nos bastidores de algumas elites conservadoras da época e o bafafá do enredo!:

 _" Um negro!?! Um não... dois!! Que insulto! Isto é uma afronta aos nossos ideais!" 

Sim, foi "um tapa na cara com luva de pelica" em  alguns  preconceituosos e poderosos  que  insistiam e apostavam na época,  na escravidão, baseando se na equivocada tese de que os negros não passavam de simples animais. Alias, os antigos jornais relatam bem isso.

Mas antes de serem amigos e  conselheiros pessoais da realeza, a fama dos irmãos vieram  à tona, quando eles resolveram um gravíssimo problema de água no Rio de Janeiro,  criando e chefiando um projeto de um duto contendo 55Km, e como "engenheiro Naval", serviram na guerra e  criaram um tipo de torpedo para vencer de vez a Guerra do Paraguai, e muitas  outras ideias e soluções, resolvendo enquanto aqui estavam e de "bandeja ",  o  sério problema de esgoto da nossa cidade, no papel de  "engenheiro sanitário" e que no qual vigora com sucesso até  hoje. 


ABRINDO CAMINHO PARA O  MAESTRO CARLOS GOMES, DE CAMPINAS!

Também em 1872, André Rebouças foi a Europa para representar o Maestro Carlos  Gomes do Município  de Campinas e  criador da música "O Guarani", para  divulgar a sua mais recente composição da época, chamada  "OFUSCA" e abrir caminho internacional

. Mas isto é uma outra história.

 

A ROCHA E A ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO DOS IRMÃOS REBOUÇAS!

Voltando para o caso  da Ponte do Mirante, os irmãos  Rebouças agiu da seguinte  forma: Enquanto muitos  olhavam para a ponte, em preocupação ao tamanho, eles  olharam para baixo, apostando na  firmeza e sustentação; analisaram o solo as  margens do rio e descobriu se que o local era feita de Basalto, que são rochas de  origem vulcânica; com esta importante descoberta, os Rebouças criaram com  segurança a fundação da ponte usando chumbo encravado nas rochas vulcânicas no  leito do rio e encobrindo com concreto, e os pilares com chaparia naval importada da  Europa e o uso do ar comprimido no auxilio da sua construção, criando  assim a primeira e maior ponte de concreto armado do Pais e  inaugurada em 15 de  maio de 1875, com 183 metros de comprimento, mas  só começou a ser usada dois anos depois, em 1877.


O projeto original da ponte foi criado pelo irmão mais novo, o também engenheiro Antônio Pereira de  Rebouças filho em contrato com a Companhia Férrea Paulista, mas  contraiu malária e  faleceu  um ano (1874), antes de ver a ponte do Mirante ser concluída, e seu irmão  mais velho,  André Pinto Rebouças prosseguiu com  a incumbência de tal realização. André faleceu em 1898 em Funchal, na Ilha da Madeira com sessenta anos de  idade.


Diferente de alguns países europeus, o racismo e o  preconceito eram gigantescos na época e a abolição ainda não se havia  decretado pela sua grande amiga Rainha Izabel, fato este que aconteceu treze anos depois da inauguração da ponte; mas a sua habilidade, inteligência e  o estar sempre em boas companhias, superaram todas elas.

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Fontes: Wikipédia, IHGP, Noedi Monteiro /  Texto: Maestro Cidão . MTb: 007.4724/SP -Foto Ilustrativa



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