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A TATUZINHO E O JINGLE "ME ABRA A GARRAFA E ME DÁ UM POUQUINHO!"


Se eu disser que este resumo histórico seria sobre a empresa D ’Abronzo S. A, é bem provável que apenas os mais tradicionais moradores da cidade e do bairro Vila Rezende, saberiam com clareza sobre o assunto que seria relatado; mas se trocarmos o titulo para TATUZINHO, ai sim, o fato se globaliza.

Esta resumida história, começa em meados de 1909, por um imigrante recém chegado da Itália, Paschoal D’Abronzo que, antes da empresa se tornar  na  tão famosa Tatuzinho, se iniciou produzindo apenas xaropes, licores, refrigerantes, vinagre e vinhos, e só a partir  do ano de 1948, foi que a empresa optou em se especializar na fabricação de aguardente, surgindo então a "Caninha Tatuzinho", sendo que, por quase meio século, a empresa foi regida pela  família D'Abronzo, entre 1909 a 1969. 

A sua plataforma de sucesso, veio através das estratégias arrojadas de marketing e propaganda, apoio a programas de auditórios de rádio e televisão, e também na  divulgação da  marca em rodapés, dentro da imprensa escrita, que era anunciado na capa de um dos jornais esportivos mais lido da época, o Gazeta Esportiva. 

Mas, voltando a história um pouco mais, sem saber que mais tarde,  a família elevaria o nome de Piracicaba e da Vila Rezende as alturas, assim como aconteceu com a Caninha Cavalinho, antes, porém, os D’Abronzo, ao chegarem no Brasil, em meados de 1896, se fixaram na cidade de Mombuca, trabalhando como colono nas lavouras de café e algodão, e  só depois se mudaram para Piracicaba, instalando-se na Vila Rezende. 

Ao chegarem aqui, Paschoal e seus irmãos, tiveram a ideia de fundarem  uma empresa de refrigerantes, na travessa Maria Maniero e o seu rápido crescimento, logo os forçaram a se mudar  para a Avenida Dona Maria Elisa, 44 e  Avenida Rui Barbosa, em prédios que ainda hoje existem e seguem sendo utilizados pelo comércio da Vila Rezende, e foi ali, neste bairro que Paschoal criou seus cinco filhos (Maria, Humberto, Luzia, Anna e Suzana). 

Antes da idéia da marca Tatuzinho, Paschoal começou na década de 30, a engarrafar  pinga adquirida de um distribuidor de nome Antonio Basaglia, sendo que  naquela época, a aguardente era vendida em barris de 100 ou 200 litros, e era uma quantia muito alta para o consumidor final.

Então, seu filho, Humberto D'Abronzo, ao perceber isso, teve a sacada de transferir o liquido para garrafas menores de 750 ml. (medida ainda utilizada pela maioria das garrafas de vinho), e tempos depois, a empresa comprou máquinas da Argentina e do  leste da Europa, possibilitando o envasamento de até 45 mil garrafas por hora, capacidade na época alcançada apenas pela Brahma e Antarctica no segmento de cerveja, oficializando assim, a sua produção por completo e a fixação do nome Caninha Tatuzinho, e durante este ensejo, seu genro Jorge César de Vargas, passa também a fazer parte da sociedade.

Mas como no empreendedorismo, toda chegada do novo, muitas vezes traz consigo a insegurança do início, segundo Pasqual D'Abronzo Neto relatou em uma entrevista (Jornal de Piracicaba/outubro de 2006 ), a decisão da mudança gerou controversas na família, e a estratégia de uma mudança radical na fabrica usada pelo filho Humberto, foi agir durante a viagem que o patriarca, faria em um outro Estado.

-" Ele partiu de Piracicaba para Congonhas do Campo, Minas Gerais, a fim de se encontrar com parentes, numa época em que uma viagem dessas demorava uma semana e a visita se estendia por semanas. Naquela vez, ela durou três meses. 

Quando retornou, Paschoal viu Humberto transformar a fábrica de refrigerantes em uma indústria de engarrafamento de caninha." Foi uma atitude de risco, mas que deu certo, e assim foi encerrado a fabricação de xaropes e refrigerantes já no ano seguinte( 1953 ), e passou exclusivamente a engarrafar apenas aguardente da marca Caninha Tatuzinho.

Com isso, a empresa cresceu tanto, que na década de 60, a Tatuzinho era uma das marcas mais lembradas em todo País, por causa  das estratégias de marketing, e o seu resultado é lembrado até aos dias de hoje, principalmente por causa de uma música (jingle) com estilo sertanejo caipira como propaganda, que "grudava" na cabeça e veiculava nas rádios e tvs que era assim:-“Ai tatu, Tatuzinho, me abre a garrafa e me dá um pouquinho”,

Após a morte de Paschoal D’Abronzo, a empresa se tornou  em uma Sociedade Anônima e Rosa, agora viúva, assumiu no lugar de Paschoal, e só após do seu falecimento em 1969, foi que a família decidiu na venda da Tatuzinho ao Grupo 3 Fazendas, que no qual manteve o mesmo rótulo do produto criado por Felício Rotundo, que era proprietário de uma gráfica em São Paulo e que também criava as embalagens para a sorvetes Kibon“

Segundo o historiador Luís Felipe de Alencastro diz no livro “O Trato das Viventes – Formação do Brasil no Atlântico Sul – Séculos XVI e XVIII” nesta época a cachaça era tão valorizada que virou até moeda no mercado paralelo para a compra de escravos negros para o Brasil, sendo que Angola e Luanda foram os países que mais comercializavam a mão de obra escrava pela bebida, sendo que um a cada quatro negros trazidos destes locais eram trocados pela cachaça. Hoje, seria uma ótima questão para o ENEM. 

Mas isso é uma outra história...

Redação: José Santos (Maestro Cidão) - jornalista/publicitário - Mtb: 007.4524/SP / Fonte: Carlos Augusto Júnior / fernandovitolo.com / A Província/ JP/ Foto ilustrativa: (Rótulo da Tatuzinho). 

www.vozdosbairrospiracicaba.com.br







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