Se perguntarmos aos mais experientes, pais, tios, avós, historiadores ou até mesmo aos primeiros moradores das redondezas da antiga plataforma da Estação de trem da Paulista, nome que fora criado para diferenciar da Estação da Sorocabana e que mais tarde passou também a nomear um dos primeiros bairros periféricos da região sul da cidade, o Bairro da Paulista, provavelmente, estes senhores diriam que ali, todos os dias era um grande vai e vem e que a vida passava e acontecia naquela estação.
No vai e vem das locomotivas, haviam aqueles que chegavam pra ficar e outras que partiam para nunca mais voltar, os arrependidos, já pensando em voltar e outros que vinham até de "mala e cuia" pra de vez aqui ficar, aventureiros e curiosos a "bisbilhotar", nordestinos, imigrantes e estrangeiros pra trabalhar na lavoura de algodão, café e cana de açúcar em substituição a antiga mão escrava, soldados partindo, em meados de 32 para na guerra civil lutar, misturado com gente sorrindo pela tão esperada chegada de um ente querido distante e outras chorando pela sua triste partida deste lugar.
Durante 55 anos, desde a sua inauguração em 1922, até meados dos anos 90, precisamente no dia 20 de fevereiro de 1977, se concentrava ali, os dois lados da mesma viajem, e certamente, o trem da chegada, era o mesmo trem da partida e o grande momento do encontro era também despedida e a plataforma desta estação, era realmente a vida deste lugar, assim como está descrito na canção "Encontros e Despedidas" dos compositores Milton Nascimento e Brant Fernando.
A História conta que a Estação da Paulista foi concluída no 14 de julho de 1917, tendo por responsável o construtor Domingo Borelli e segundo o historiador e Jornalista Edilson Rodrigues de Morais, em seu livro escrito em homenagem ao Centenário da Estação Paulista, a primeira viagem inaugural ocorreu no dia 29 de julho de 1922, em uma locomotiva que saiu da Estação da Luz, em São Paulo, às 13h, e levava representantes do governo, artistas, senadores, deputados, jornalistas e membros da Companhia Paulista.
O autor também descreve, que esta locomotiva era composta por uma máquina e sete vagões de passageiros e fez o seu longo percurso pela linha tronco, vindo da capital até a Estação Recanto, em Nova Odessa, para então, desviar sua rota em direção ao trecho do novo ramal ferroviário entre as cidades de Santa Bárbara d´Oeste e Piracicaba.
A arquitetura da Estação da Paulista é a mesma da Estação do município de Jaú, e a Paulista era ramal terminal da Estação de Jaú, surgindo assim o ditado popular em provocação, que Piracicaba era uma cidade "Fim de Linha," local onde nada se desenvolvia. Só que não!
Texto José Santos (Maestro Cidão) Mtb 007.4524/SP / Fonte: G1/ IHGP / Ferrovias.com / Foto ilustrativa
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