Artemis, antiga João Alfredo era um dos 8 distritos que Piracicaba administrava, quando foi reduzida para apenas 6, isto porque Charqueada e Saltinho que estavam incluídas no pacote, em Decreto Estadual, foram elevadas a categoria de cidade, (Charqueada em 1953 e Saltinho em 1991).
Mas a "Antiga Artemis", iniciou o seu povoado como um porto de embarcações de uma simples Vila, devido as navegações que trafegavam pelo Rio Piracicaba e aportavam com produtos e passageiros, e que em pouco anos se tornou Distrito, pela extensão dos trilhos da trilha ferroviária Ituana, que também era conhecido como Linha do Canal Torto. e assim, a comunidade se desenvolveu em torno da estação criada e denominada em 1936 de" Porto Senador João Alfredo Corrêa", com a presença ainda em vida, do patrono e demais políticos.
João Alfredo, era de origem nordestina e foi uns dos mais importantes idealistas da época na contribuição da libertação dos escravos, em 1888, e com esses dados em mãos, desenvolvemos este "resumão" dos longos 92 anos de atuação de seu "fundador" ,até a renomeação atual do Distrito, em 30 de novembro de 1944.
Então..."Senta que lá vem História!
Tudo começou em 1767, com a fundação de Piracicaba, ainda sob regência provincial, e após 120 anos, com a chegada das ferrovias no Brasil, criou se uma extensão de um dos ramais da empresa "Ytuana", em meados de 1887,que seguia rumo ao interior zona rural, próximo ao rio.
Porém, antes de chegarmos a este ponto, reportaremos para o século XVIII, em 12 de Dezembro de 1835, a centenas de quilômetros daqui, na região Nordeste do Brasil, onde nascia um cidadão pernambucano, na ilha de Itamaracá, em uma casa do Engenho São João, que na qual pertencia ao seu avô materno; filho de Manoel Corrêa d’Oliveira Andrade, tenente-coronel da Guarda Nacional, dono do engenho Uruaé, e de Joana Bezerra de Andrade, o menino, João Alfredo Corrêa de Oliveira, segundo entre 14 irmãos e que no qual faria história por aqui, 69 anos depois.
Durante o seu crescimento, para ele, os estudos, desenvolvimento social, politica e principalmente a situação escravagista da época, era um de seus temas em seus diversos discursos, tanto que em 1857, ainda precoce e com apenas 20 anos de idade, foi eleito deputado, mas não pode tomar posse no cargo por alegarem em não possuir idade legal.
Mas um ano depois, em 1858, formou se em Direito na Faculdade de Direito do Recife, destacando - se como político e administrador, conseguindo, finalmente uma cadeira de deputado pela Assembleia Provincial no mesmo ano de 58 e presidente até 1876, deputado pela Assembleia, conselheiro de Estado (1887) e senador do Império de 1877 a1889.
Na função de administrador que no qual exercia junto ao cargo de deputado, presidiu a Província do Pará por quatro meses, de dezembro de 1869 até inicio de abril do ano seguinte, ministro do Império entre maio de 1870 a 1875, presidente da Província de São Paulo por sete meses, entre agosto de 1885 a abril de 1886, vindo desde 76 até 1887 o acumulo como diretor da Faculdade de Direito do Recife (1876 a 1887) e presidente do Conselho e presidente do Banco do Brasil, no governo Hermes da Fonseca por dois anos, entre abril de 1912 até novembro 1914.
Dentro da área da educação e cultura, fundou a escola de Aprendizes Marinheiros, a Faculdade de Medicina, a de Direito e a "Escola Central", chamada de Escola Politécnica, protegendo muitos artistas da época, principalmente pintores como Vitor Meirelles e Pedro Américo, encomendando -lhes a compra de quadros.
A ligação do então senador na época com Piracicaba, se iniciou antes da chegada da estação ferroviária, no interesse ao Porto Piracicabano para escoamento de produtos brutos como o café, açúcar e algodão que eram produzidos pelos fazendeiros através de escravos, ex escravos, após a lei Aurea,, passageiros e imigrantes, que começaram a se instalarem na região que contém uma área territorial de 218,648 km²,
O trem passou a se ligar com ramal fluvial que exista ali através de embarcações e depois desativado em 1950, com a linha férrea fazendo sua a última viagem no ano de 1961. Joao Alfredo faleceu bem antes do período do desenvolvimento ferroviário, em 6 de março de 1919, no Rio de Janeiro, e durante o trajeto final, foi conduzido em certo trecho por membros da Irmandade do Rosário, no qual fazia parte e por ex-escravos libertos.
Alguns anos depois ao mudar o nome do Distrito de João Alfredo para Artemis, teve se a ideia da criação de uma ponte totalmente de ferro, e assim foi feita em 1915, sendo considerada uma das maravilhas da época, assim como era a ponte do Mirante, projetada e construída sob o comando de dois filhos de escravos, os irmãos Rebouças, formados em engenharia civil, com o apoio da antiga Côrte Imperial e do Imperador D.Pedro I, se tornando assim, grandes amigos pessoais.
Mas isto é uma outra história para as próximas edições...
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