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A Voz dos Bairros de Piracicaba

AS HISTÓRIAS INUSITADAS DAS PRIMEIRAS RUAS DE PIRACICABA!


Antes da virada do século 19, as primeiras ruas centrais da cidade, eram  conhecidas pela sua função de uso, ou referencia batizada  pela comunidade local.

Porém, na segunda metade do século 19, o uso natural para localização referencial ou comercial, foram alteradas por força das promulgações de novas leis a logradouros e com isso, as  nomenclaturas das ruas passaram  também a conter nomes e feitos históricos, em consonância com o poder vigente da época, como por exemplo, a do  Império Real, (Ruas Dom Pedro I, Dom Pedro II) , da  República, ( XV de Novembro, Prudente de Moraes, Moraes Barros, Marechal Deodoro), da  Igreja,( Ruas Santo Antônio, Boa Morte e Rosário) e com nomes de personalidades da atualidade, que de alguma forma, contribuíram para o crescimento e desenvolvimento da cidade ou do bairro.

Isto aconteceu, por causa do crescimento da cidade e a necessidade no estabelecimento de CEPs  para facilitar na função de entrega dos correios, instalação de rede elétrica, agua e esgoto.

 Mas por outro lado, se caminharmos pelos bairros da cidade, vemos que muitos homenageados são desconhecidos pelos moradores daquela comunidade, com ausência de notações referenciais ou motivo justificável descrito  junto a placa, podendo até por meio de brechas, o surgir de "personagens sem causa" ou apadrinhamento politico. 

PRESENÇA GARANTIDA!

Antes das mudanças, alguns homenageados tiveram a oportunidade de estarem presente no ato  do descerramento da placa com o seu nome, sendo  um deles  o Dr. Carlos José de Arruda Botelho, filho do Conde de Pinhal, médico, politico e fundador da ESALQ, tendo o seu nome registrado na Avenida Carlos Botelho, mais conhecida por BO.

No inicio da construção das ruas, antes das novas leis ganharem  força, por muito anos elas eram mais conhecidas pela sua utilidade de uso, como por exemplo as ruas Regente Feijó, que era a antiga  Rua do Salto  ou da Cachoeira,  isto porque ela seguia direto até as proximidades do Salto do Rio Piracicaba, a 13 de Maio, era uma das mais temerosa pelos mais céticos, por ser conhecida como a Rua do Cemitério, por terminar nos muros do Cemitério da Saudade.

 A Rua Governador Pedro de Toledo era a Rua do Comércio, e a Moraes Barros, foi em homenagem ao primeiro presidente civil do Brasil, mas antes, ela era chamada de Picadão de Mato Grosso e mais tarde, Estrada de Itu, caminho de terra onde passava os comerciantes e boiadeiro rumo ao estado da região  Centro - Oeste.

A Rua Boa Morte, sempre foi chamada assim, por causa da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte e continua sendo uma das poucas que ainda mantem o mesmo nome desde o seu inicio, porém, a campeã de todas, isto é, a que mais teve o seu nome trocado, foi a  rua Prudente de Moraes, que era conhecida como Rua do Conselho (nome que a Câmara de Vereadores era chamada daquela época),  depois para Rua dos Passos, Rua da Ponte Velha, Rua dos Pescadores (Por ser caminho direto até a Rua do Porto), e finalmente na qual hoje conhecemos.

RUA DO PORTO  X  PONTE DO MIRANTE!

A Rua do Porto, desde o seu inicio, era uma das mais conhecida e frequentada da época, mas sofria constantemente com a  construção rudimentar e caótica das pontes, para obtenção de acesso com segurança a outra margem do rio, onde situava o bairro da Vila Rezende, porém, nenhuma delas foram o suficiente para  vencer a largura e as forças das aguas do Rio Piracicaba, principalmente nos períodos de cheia.

Isto acontecia, até que Dom Pedro II, em visita a cidade, vendo tal situação, designou em 1875, seu grande e fiel amigo da Corte Imperial e  um dos primeiros engenheiros negros do Brasil, os Doutores e irmãos Rebouças, que eram filhos de ex escravos libertos, quando ainda havia escravos aqui em Piracicaba, e para espanto da burguesia e de alguns senhores preconceituosos da época, os Rebouças resolveram esta situação calamitosa  com maestria, inteligência, descobertas no analise do solo e cálculos preciso; e através do seu projeto e liderança, foi construída então, a famosa  e conhecida Ponte do Mirante, e ainda de quebra, resolveu o problema de canalização do rio Itapeva que passa sob a Avenida Armando de Salles e  curva do" S", na correção do projeto e que no qual os engenheiros locais daquela época, passavam por dificuldades para a sua realização.

 Mas isto é uma outra história...

Texto : Maestro Cidão (José Santos) Mtb - 007.4724 / SP  -  Fonte de pesquisa: A província, G1, IHGP, jornal a Voz dos bairros / Foto Ilustrativa / Pinterest

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