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A Voz dos Bairros de Piracicaba

A HISTÓRIA DA TROCA DA MÃO ESCRAVA PELA JAPONESA EM PIRACICABA!


Diferente do povo europeu ou dos Estados Unidos, o fim da escravidão no Brasil foi a última e uma das mais vergonhosa ação da América do Sul e além da luta  e derramamento do sangue escravo, de abolicionistas  e intelectuais da época, também os Barões foram fortemente pressionados pelo Reino Unido, pois o progresso do país estava sendo amarrado com esta prática nas mãos desses teimosos, comerciantes  escravocratas e fazendeiros gananciosos da época que insistiam na "mão escrava gratuita" e segundo a história, Piracicaba não era uma exceção desses atos.

Antes de contarmos a história e saga dos colonos japoneses, que aqui chegaram a trinta anos, quatro meses e seis dias após a promulgação da lei Áurea, ou seja, dia 07 de setembro de 1918, vamos entender o real motivo da sua chegada a nossa cidade e como ela foi realizada e isto aconteceu após a abertura dos Portos e vinda dos estrangeiros ao Brasil, lembrando que a Europa Ocidental já havia abolido a escravidão muito bem antes, já no ano 1.000 e  substituída pela servidão (pagamento assalariado) e nesta região, apenas a Europa Oriental continuava com a prática escravocrata, até meados 1833.

Em meio a esta turbulência e passado algumas décadas, nos Estados Unidos, em 1° de janeiro de 1863, entrava em vigor  um Ato de abolição assinado pelo presidente Abraham Lincoln (13ºemenda), enquanto que na nossa América, nosso vizinho o Chile, passaria a ser o primeiro país a abolir a escravatura no dia 24 de julho de 1823.

                                LEI  ÁUREA X  LEI DO HOMESTEAD

O processo da abertura da imigração começou segundo o historiador Luiz Felipe da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, quando durante uma reunião sobre a abolição e assinatura de  lei, o assunto em vigor da mesa virou em torno  da  reforma agraria e  abolição nos moldes semelhantes aos dos  Estados Unidos que foi realizada através da lei de Homestead e a 13º emenda, que vinha dando certo e com isso, o  pais estava vinha  crescendo  e dando sinais de vir a ser uma grande  potencia; e foi o que aconteceu.

Mas esta lei, defendida também  pelo criador da Ponte do Mirante da cidade de  Piracicaba, Dr. André Rebouças, engenheiro negro de grande prestígio e amigo pessoal de Dom Pedro, para ela ter sucesso, incluía nos termos na lei  a repartição das terras por igual após abolição dos escravos por direito, a criação de imposto sobre fazendas improdutivas e distribuição racional das terras. Os intelectuais abolicionista e políticos da época, apoiaram esta idéia.

 Mas os fazendeiros republicanos  que não eram a favor do Império e os abolicionistas moderados não gostaram muito da ideia e ficaram em polvorosa e a maior parte do movimento republicano fechou com os latifundiários em defesa as suas propriedade rurais, mesmo sendo elas improdutivas.

Foi aí que veio a toque de caixa a aprovação da Lei Áurea, sem nenhuma compensação ou alternativa para os libertos se inserirem no novo Brasil livre e desta forma, a ideia  assertiva na distribuição de terras com limites demarcados e que em muito viria a desenvolver o nosso País foi estancada, gesto que no Estados Unidos deu certo e que beneficiou 3 milhões de famílias.

Devido a forma  narcisista da época, o  governo brasileiro, após a queda do Império, teve como idéia, promover a abertura portuária para a  vinda de povos ou asilados de guerra de outros países; como a Alemanha, França, Suíça, italianos e entre eles a japonesa, que no qual fora subsidiada pelo governo brasileiro, vindo de trem através da linha Sorocabana, desde o Porto de Santos até a São Paulo e algumas famílias vinda pela  Estação da Paulista, formando aqui uma pequena Colônia e  se instalando na fazenda do Pau D'alinho e outras próximas, logo  após a saída ou expulsão dos negros (ex escravos), sendo muitos deles sem direito a nada do que fora prometido por seu senhores. Há também os que foram para outras regiões ou até voltaram para a África.

Porém, os japoneses vieram enganados pela mídia brasileira empregada em seu Pais, com fala e promessa de "facilidades", mas não foi bem assim  o que encontraram e por um período, muitos voltaram ao seu países de origem, ficando apenas os mais fortes.

Foi assim, nesta atmosfera épica que  os colonos japoneses em meio a  muitas dificuldades chegaram e se estabeleceram em  nossa cidade.

Mas isto é uma outra história...


Fotos: Freepik / montagem: Voz dos Bairros

 Fonte de pesquisa: www.brasilescola.uol/ al.sp.gov /politize.com.br /wikipedia.org

Texto: José Santos (Maestro Cidão) Mtb: 007.4724 / SP

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