Antes de ser um local de ensino, o grupo escolar Moraes Barros passou por duas etapas, como penitenciaria e cemitério de escravos, o "Boa Vista", sendo ele o primeiro de Piracicaba; e onde hoje se localiza o Colégio Assunção, era o da" elite" da época.
O do Colégio Assunção chamava -se Cemitério da Boa Morte, fundado pelo Sr. Miguel Arcanjo Benício Dutra e de propriedade da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e existiu até meados de 1870.
Mas o local onde era o cemitério de escravos, antes de construírem a escola por cima, se chamava Praça Boa Vista, pela vista que dava para o Rio Piracicaba e Rua do Porto. Escravos doentes, mortos ou assassinados eram ali enterrados.
O primeiro registro oficial de sua existência está em uma ata da Câmara de vereadores datada de 1824, sendo que alguns anos depois, precisamente em 1872, foi realizado a construção e municipalização de um novo local, o Cemitério da Saudade, como é hoje conhecido, mas a historia conta que só os corpos de cujas famílias tinham condições financeiras, subiram para o novo lugar e com isso, os escravos permaneceram no mesmo lugar.
No cemitério dos escravos, antes da escola Moraes, foi construído ali um presidio e o nome do local mudado de Boa Vista para Praça Tibiriçá, e só tempos depois, a unidade de ensino, conhecida como Escola Estadual Morais Barros, hoje, patrimônio histórico tombado.
Não se sabe ao certo quantos escravos foram enterrados ali por conta da falta de registros da época. Sabe-se porém, que Piracicaba foi a terceira cidade em número de escravos do Estado de São Paulo, ao lado de Campinas e Bananal.
Segundo o historiador piracicabano Noedi Monteiro, foram 5.339 escravos registrados até o ano de 1887, na coletoria do município do período, pelos barões da época, mas nem todos eram registrados para fugirem das taxas, significando que esse número ainda pode ser bem maior.
A liderança estava com Campinas, com cerca de 14 mil escravos e Bananal seguia na vice - liderança, com 6 mil .
Ainda hoje existem relatos populares movida pela imaginação ou até reais de pessoas que já tenham visto fantasmas ou movimentos estranhos em ambos os locais.
Mas isto é um "causo" para as próximas edições...
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Foto: 1862 / Biblioteca do Congresso dos EUA/BBC - montagem: A Voz dos Bairros
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