Na segunda metade do século XVIII, o governo brasileiro era regido pelo regime provinciano e realizou na época doações de terras devolutas, sendo que em Piracicaba, o Major Fernandes, tronco da família Ferraz de Arruda Pinto, foi um dos contemplados. Para habitar e fazer uso de suas terras, o Major contratou serviços que foram pagos com lotes de terras. Com isso, várias famílias foram surgindo ao longo do tempo e com o seu crescimento e terras divididas, surgiu uma modesta Vila de nome Saltinho.
Estamos no ano de 1880 e a escravidão pairava forte sobre Piracicaba e começava o inicio da chegada de estrangeiros, no País e entre elas a imigração de famílias italianas para trabalharem nas lavouras cafeeiras da cidade.
Um dos motivos políticos da época para esta ação, foi que o Reino Unido em muito pressionava o fim da escravidão no Brasil e ao mesmo tempo surgia um forte movimento na repartição em lotes de terras aos negros após a sua abolição em recompensa a desumanidade ocorrida; e esta idéia crescia entre os abolicionistas, tendo como molde, a lei promulgada nos Estados Unidos (13º emenda) pelo presidente Abraham Lincoln e que vinha tendo como resultado positivo, o crescimento econômico e industrial daquele Pais.
Mas a ganância de alguns Barões e latifundiários pela divisão de suas terras, além do receio dos escravocratas em te-los como possíveis vizinhos e igualdade de direitos em propriedades falou mais alto, e assim decidiram por apoiar a libertação dos escravos, frustrando esta idéia, antes que promulgassem uma lei semelhante e ela vingasse.
Mas isto é uma outra história.
Voltando a história da cidade, quarenta e dois anos após a abolição da escravatura, Saltinho foi elevado de simples Vila a categoria de Distrito pela Lei n 1886 de 08 de Dezembro de 1922 , graças a ação do deputado estadual Samuel de Castro Neves e isto passou a valer já no ano seguinte, dia 05 de Abril de 1923; mas por motivos políticos, seis anos depois, ou seja, em 13 de Dezembro de 1929 o Distrito foi transferido ao Município de Rio das Pedras e a comunidade saltinhense revoltada com essa ideia que, para eles não tinha nenhuma lógica, lutou para sua volta a Piracicaba, e isto aconteceu através de um novo decreto Lei nº 9765 de 31/03/1948.
A ação distrital de Piracicaba sobre Saltinho após a sua volta, durou cerca de 43 anos, sendo finalmente elevado a categoria de Município, através de um plebiscito realizado no dia 19/05/1991 e promulgado pela Lei nº 7.664 de 30/12/1991 do mesmo ano.
Hoje, após 30 anos de emancipação, sua população que era até o ano 2.000, em mais de 5.000 pessoas, segundo IBGE, ela esta atualmente em cerca de 8.393 habitantes, distribuída em uma área estimada em 101,404 km².
OS PRIMEIROS MORADORES
Os moradores da antiga "Vila Saltinho" eram na maioria, imigrantes italianos, sendo o Senhor Antônio Custodio Almeida o seu pioneiro, ao receber em pagamento por seu trabalho, 36 alqueires de terra e com sua mulher tiveram oito filhos ( Ana, Antônio, Cândido, Francisco, João, José Sebastião, Manoel e Prudente), sendo os primeiros daquela região, morando em uma casa feita de barro, madeira e cobertos com folhas de sapê.
Também fazem parte da história da cidade, a família Etori, antigo proprietário das terras próximas ao córrego que deu nome a vila e ao município, e as famílias Marques, Geday, Estevã, Raimundo, Alexandre e João Pereira de Aguiar e Maria de Almeida ( pais de Joaquim Mendes Pereira, primeiro juiz da localidade).
O nome da cidade, surgiu devido a uma pequena queda d'água, após sua cabeceira e que hoje é um córrego.
Foto: Câmara Municipal Saltinho / Montagem: Redação Voz dos Bairros
Texto: José Santos (Maestro Cidão) Mtb.007.4724/SP
Fonte: IBGE / cidadedomeubrasil / wikipédia /wiki.ihgp.org.br
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